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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Passar dos 100...


Um grupo de moradores do sul da Itália dá mostras, segundo investigadores, de que a longevidade pode depender de outras variantes além da dieta saudável, da genética e da prática constante de exercícios. Um estudo recentemente publicado na revista científica International Psychogeriatrics acompanhou a saúde mental de 29 moradores de nove aldeias na subregião italiana de Cilento - conhecida por agrupar centenas de pessoas com mais de 90 anos. Em comum, essas pessoas demonstraram ter traços como teimosia e otimismo.
"Há diversos estudos já feitos com idosos, mas eles geralmente focam-se na genética, em vez de da saúde mental ou da personalidade", afirma num comunicado o médico Dilip V. Jeste, principal autor do estudo e professor da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos. "Os temas principais a emergir do nosso estudo, que parecem ser características associadas à melhor saúde mental dessa população rural (italiana), são a positividade, ética no trabalho, teimosia e um forte laço com família, religião e terra."
Segundo o estudo, "o amor pelo ambiente (onde vive)" parece ser uma característica bem forte na população idosa de Cilento e determinante em sua longevidade, sendo esta descrita como "um equilíbrio entre aceitação e determinação de superar adversidades, além de uma atitude positiva (...) que dê propósito à vida".
Foram feitas análises quantitativas e entrevistas com os centenários ou quase centenários de Cilento, bem como com seus parentes, para conhecer personalidade e histórias de vida, incluindo migrações, eventos traumáticos e crenças individuais.
"São pessoas que passaram por depressões, tiveram que migrar, perderam entes queridos", prossegue Jeste. "Para poder seguir em frente, tiveram que aceitar e se recuperar das coisas que não podiam mudar, mas também lutar pelas coisas que, sim, podiam." Essa atitude pode fazer com que, segundo o estudo, os nonagenários e centenários mantenham seu bem-estar mental apesar de sua saúde física ter se deteriorado com a idade. A maioria dos participantes do estudo segue sendo ativa, fazendo trabalhos regulares em suas casas e no campo.
Um dos idosos de Cilanto disse, na entrevista concedida aos pesquisadores, que a viuvez o afetou profundamente, mas que ele tem se esforçado para seguir adiante. "Perdi minha amada esposa há apenas um mês, e isso me deixou muito triste. Fomos casados por 70 anos. Estive próximo dela durante sua doença e me senti vazio após perdê-la. Mas, graças a meus filhos, agora estou me recuperando e me sinto muito melhor. Tenho quatro filhos, dez netos e nove bisnetos. Lutei durante toda a minha vida e estou sempre pronto para as mudanças. Acho que as mudanças trazem vida e a chance de crescer."
Outro entrevistado destacou a importância de pensar positivamente. "Sempre há uma solução na vida. É isto o que o meu pai me ensinou: a sempre enfrentar as dificuldades e a esperar pelo melhor."
Os idosos de Cilento demonstraram ter mais autoconfiança e habilidades decisórias à medida que envelheciam, além de níveis menores de depressão e ansiedade - o que leva os pesquisadores a falar em um "paradoxo do envelhecimento". "É a ideia de que o bem-estar e a sabedoria podem aumentar com a idade, mesmo que a saúde física esteja pior", afirma Jeste.
Para o médico, "não existe uma forma única de chegar aos 90 ou aos 100 anos, e tampouco acho que para chegar lá seja necessário uma mudança radical de personalidade". "Mas (o estudo) mostra que há certos atributos muito importantes, como a resiliência, o forte apoio social, o comprometimento e a confiança em si mesmo."
Outros estudos prévios já analisaram populações extremamente longevas no mundo, batizadas de "zonas azuis" pelo cientista americano Dan Buettner. São elas: ilha de Okinawa, no Japão, a cidade de Loma Linda, na Califórnia (EUA), a ilha de Ikaria, na Grécia, na Sardenha (Itália), e a península de Nicoya, na Costa Rica. Buettner focou, porém, as suas pesquisas sobretudo nos hábitos alimentares dessas populações, e descobriu que sua dieta consiste em alimentos menos processados. "A maioria dos alimentos que consomem vêm de plantas. Mas, acima de tudo, são alimentos não processados ​ou muito pouco processados", disse ele, que contou ter partido da "bastante estabelecida" noção de que apenas 20% da nossa longevidade média pode ser atribuída à genética."Os 80% restantes (se devem) ao estilo de vida e ao ambiente", afirmou Buettner à BBC em meados do ano.

Autores:

Clara Pinto, 9ºA
César Guedes, 9ºA
Maria Bento, 9ºA
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Porta moedas eletrónico: um futuro próximo


Não se surpreenda ao entrar em um restaurante da rede americana KFC em Hangzhou, no leste da China, e ver dezenas de pessoas sorrindo para comprar comida. Ali uma câmara no balcão analisa o rosto do cliente, verifica sua identidade a partir dos registos do aplicativo Alipay e, em poucos segundos, o pagamento é efetuado.
Hoje em dia, os smartphones permitem que digitais, íris e voz - ou até mesmo a própria presença física numa loja - sejam suficientes para pagar por compras.
Em África, por exemplo, é comum comprar a passagem de autocarro ou transferir dinheiro por meio de uma mensagem de telemóvel.
Esse setor tem evoluído tão rapidamente que é cada vez mais difícil prever exatamente o que vai acontecer nas próximas décadas. Mas uma coisa é certa: milhões de pessoas usam seus smartphones não apenas para fazer pagamentos, mas para gerir o seu dinheiro - desde pedir empréstimos a doar solidariamente. Na China, os pagamentos electrónicos cresceram 63% entre 2014 e 2015. No Reino Unido, eles já ultrapassaram o uso de notas e moedas.
A tecnologia está reinventando os pilares das nossas finanças. Desde o século 16 a.C., as mercadorias eram trocadas por meio de uma moeda - os búzios. Mais tarde, no século 7 a.C., as moedas passaram a ser cunhadas na Lydia, atual Turquia, a partir do eletrum - um liga natural de ouro e prata encontrada nos leitos dos rios. Posteriormente, o dinheiro em papel foi introduzido na China. Conhecido como "dinheiro voador" devido à sua conveniência e leveza, era regulado pela autoridade central do país. Segundo Ben Alsop, curador da City Money Gallery do Museu Britânico, em Londres, tal sistema injetou na sociedade um conceito vital - confiança.
A confiança nas autoridades, e confie que esse pedaço de papel vale, na verdade, alguma coisa. Assim, por anos, as moedas foram tradicionalmente emitidas por governos a partir de seus bancos centrais.
Agora, as criptomoedas podem ser criadas e armazenadas eletronicamente num sistema completamente descentralizado. Mais de mil delas existem globalmente, sendo o bitcoin a mais conhecida. Tudo isso traz à tona questões sobre o controle e a influência. Quem controla a moeda - governos ou redes de computadores? Quem controla o que pagamos - empresas de tecnologia, de processamento de pagamentos ou bancos?
Mas, sem dúvida, a pergunta mais importante é: quem controla os dados sobre nossas transações financeiras: nós ou eles?
Ao redor do mundo, duas mil milhões de pessoas não têm conta bancária, segundo o Banco Mundial. O número está a cair, graças em parte às contas bancárias móveis na África. No entanto, à medida que novos serviços estão sendo desenvolvidos e novos modelos de pagamento sendo inventados, surgem novos questionamentos sobre aqueles que não conseguem acompanhar a evolução tecnológica. O que vai acontecer com aqueles que desconhecem os códigos QR (códigos interativos que possuem informação vital) ou aqueles que só conseguem pagar via celular porque não há rede bancária disponível onde moram?
Esse é o quebra-cabeças que a startup Ezetap, lançada na Índia em 2011, se propõe a enfrentar. No país, milhões de pessoas abraçaram a tecnologia móvel, mas uma grande parcela da população ainda usa dinheiro vivo. Prova disso foram as cenas caóticas registradas logo após o governo indiano tentar tirar cédulas de alto valor nominal de circulação. A Ezetap criou um software que permite ao comerciante com um smartphone aceitar qualquer tipo de pagamento e ver o dinheiro se movimentar até sua conta bancária.
Há também o caso da autorregulação das moedas virtuais. Grandes investidores apostaram no bitcoin, a maior criptomoeda, e centenas de outras foram criadas. Um número crescente de varejistas está aceitando bitcoins. Mas a volatilidade dos preços e os custos de transação ainda são altos, e há um nível de incerteza sobre isso de forma geral.
Então, por que criptomoedas são importantes? Primeiro, elas estão colocando em xeque as formas tradicionais usadas pelos empreendedores para levantar dinheiro. Por meio das chamadas Ofertas de Moeda Inicial (ICOs, na sigla em inglês), as startups vendem tokens digitais para arrecadar recursos.
Em teoria, esses tokens deveriam se valorizar à medida que são adquiridos por mais pessoas. Tal tática é fácil e rápida, mas também arriscada e não regulada - não se trata, portanto, do tipo de sistema que conta com o apoio das autoridades centrais. Recentemente, o Banco Central da China proibiu os ICOs.
Em segundo lugar, muitos dizem que há um grande potencial no sistema que ampara as criptomoedas - o blockchain. Ele é uma espécie de registro digital das transações, acordos e contratos que não é guardado em um determinado lugar, como um registro do administrador de um banco antigo, mas distribuído entre milhares de computadores ao redor do mundo.
Cada nova transação ou acordo é inserido em um bloco, que então é adicionado a uma cadeia. Se um computador tentar alterar a transação anterior, todos os outros são alertados sobre a tentativa e bloqueiam a transação. Na prática, esse sistema elimina o intermediário que usualmente verifica essas transações, como as companhias de cartão de crédito, os procuradores ou até mesmo os bancos. No nosso dia a dia, o blockchain poderia amparar os pagamentos automáticos.
Bryan Zhang, do Cambridge Centre for Alternative Finance, instituto de pesquisa académica sediado na Inglaterra, diz que essas máquinas inteligentes podem pagar uma a outra. Por exemplo: um frigorífico inteligente poderia encomendar leite fresco e pagar. Em larga escala, um avião atrasado poderia automaticamente pagar uma reparação aos passageiros.

Autores:

9ºB

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Arte século XX


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Photo Ark na no Porto


Um dos projetos mais populares da National Geographic está aptente ao público na Galeria da Biodiversidade, no Porto. O fotógrafo, Joel Sartore, quer que o mundo olhe nos olhos dos animais e perceba que é urgente salvar as espécies em perigo de extinção. Em 12 anos, o conceituado profissional da National Geographic já tirou o retrato a mais de sete mil espécies de animais em perigo de extinção. 45 dessas imagens estão no Porto a partir desta quarta-feira e até abril de 2018. O objetivo é que cada visitante saia de “Photo Ark” consciente de que cada espécie importa.
Sartore é fotógrafo da National Geographic há mais de 20 anos, o que implicava voajar muito. Quando em 2005 a sua mulher Kathy foi diagnosticada com um cancro da mama, o fotógrafo decidiu fazer uma pausa para poder estar junto da família e cuidar da mulher e dos três filhos do casal. Durante esse ano, começou a pensar no que podia fazer para levar as pessoas a preocuparem-se mais com o facto de a Humanidade poder perder metade de todas as espécies do mundo até ao final do século XXI.
Assim nasceu o Photo Ark, um dos projetos com maior visibilidade da National Geographic. O objetivo é documentar 12 mil espécies em 25 anos. Mais de metade já está, o que faz do Photo Ark a maior Arca de Noé arquivística do mundo. O objetivo mais importante é sensibilizar as pessoas para a proteção destas espécies. Seja através de doações a algumas instituições — em Portugal Joel recomenda o Zoo de Lisboa e o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto –, seja simplesmente passando a mensagem.

Autores:

6º ano
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